A seleção Black November do sábado na Bekaa (18/11/17)

18 de Novembro de 2017    Leonardo    Vinhos

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Uma degustação especial,  Black November,  marcou o sábado na Bekaa. Sob o comando da Isabela,  foram degustados vinhos oferecidos a preços especiais aos participantes, como tradicionalmente a Bekaa faz nas degustações do sábado. Vamos aos vinhos.

A Tetramythos é fruto da iniciativa dos irmãos Aristos e Stathis Spanos, provenientes de uma família de viticultures das montanhas de Aegialia, em conjunto com o enólogo Panayiotis Papagiannopoulos, também natural dessa região. Em 1999 eles se conheceram e fizeram seus primeiros vinhos, em seguida investiram em novos vinhedos e na vinícola que ficou pronta e opera desde de 2004. A região de Aegialia é reconhecida há muito tempo por suas boas condições para plantio de uvas destinadas à produção de vinhos, conforme dito por Pausanias geógrafo e viajante grego da antiguidade. Os vinhedos da Tetramythos, localizados nessa região, estão situados entre 450 e 1000 metros de altitude e são cultivados de forma orgânica. As uvas plantadas são: Roditis, Malagousia, Sauvignon Blanc, Agiorgitiko, Black of Kalavryta, Merlot e Cabernet Sauvignon, recebendo a denominação de Vinho de Qualidade Produzido na Região Determinada de Patras (V.Q.P.R.D. de Patras).

Tetramythos Roditis 2015 -  elaborado com 100% Roditis, de  videiras não-irrigadas com idade entre 19 e 35 anos. Utiliza-se leveduras selvagens para 80% do vinho com rápido amadurecimento em inox. Teor Alcoólico de 12%. A coloração é de um amarelo limão, com muito brilho. Os aromas mostram tangerina, limão, maçã verde,  flores de cítricos e toques minerais. Na boca apresenta um corpo médio, acidez viva, repetindo as sensações do olfato. Agradável final com o cítrico se mostrando. Avaliação: 89/100 Pontos. Preço: R$ 64,00.

Jorge Böhm instalou-se no Alentejo em 1984. Realizou estudos das castas portuguesas em colaboração com a Universidade de Évora. A adega foi criada em 1997, quando Dorina Lindemann, filha de Jorge Böhm, enóloga licenciada pela Universidade de Geisenheim (Hessen), veio da Alemanha para Portugal com o marido e, aproveitando as vinhas já existentes ligadas ao programa de melhoramento técnico de seu pai, se dedicou à produção de vinho. Consequentemente, deu-se a expansão da adega de acordo com o crescimento dos viveiros do pai. Hoje em dia, Dorina e as duas filhas, Luísa e Júlia Lindemann, são umas apaixonadas pelo vinho das castas autóctones Portuguesas e pelo Alentejo. Após o falecimento do marido, Dorina procurou sociedade comercial com alguém de enorme competência e confiança. Nasceu, então, uma parceria com Karl Heinz Stock, um prestigiado empresário seu compatriota.

Marquês de Montemor Rosé 2016 – elaborado com Alfrocheiro e Aragonez. Teor Alcoólico de 12%. A coloração é de um salmão, com ótimo brilho. Os aromas apresentam frutas frescas (framboesa, morango, ameixa clara) muito intensas. Na boca mostra-se leve, suave, com acidez equilibrada e o frutado se repetindo. A fruta se mantém no final. Avaliação: 88/100 Pontos. Preço: R$ 49,00.

O projeto da Bodega Familia Schroeder nasceu em novembro de 2001, na localidade de San Patricio Del Chañar, Neuquén, a partir da plantação de vinhedos em uma área virgem de 120 hectares. A família, que até então não tinha tradição no segmento do vinho, apostou firme na idéia e cercou-se de bons profissionais para dar sustentação a esse ambicioso empreendimento. A começar pelo enólogo Leonardo Puppato , que trabalhava na Chandon, em Mendoza, e foi convidado a integrar o time. Puppato não só acompanhou toda a gestação do empreendimento como também participou diretamente do projeto de construção da bodega que iniciou em outubro de 2002. A oportunidade de um enólogo contribuir até mesmo nos pequenos detalhes foi fundamental para o nascimento de uma vinícola moderna e inteligente, com uma concepção de produção em cinco níveis, inteiramente gravitacional, que aproveitou muito bem a inclinação do terreno. Outra curiosidade, quando estavam sendo realizadas as escavações para a construção da vinícola foram encontrados fósseis de um dinossauro que habitou essa região há mais de 75 milhões de anos. A descoberta serviu de inspiração para batizar algumas linhas de vinhos da Familia Schroeder com o nome de Saurus. Hoje, os ossos do Aelosauros estão expostos num pequeno museu no subsolo da vinícola, exatamente no lugar onde foram encontrados.

Saurus Barrel Fermented Pinot Noir 2014 – elaborado com 100% Pinot Noir, com amadurecimento de 7 meses em barricas novas de carvalho francês (30%) e americano (70%). Teor Alcóolico de 14,5%. A coloração é de um intenso rubi, com halos alaranjados, muito brilho e média transparência. Os aromas mostram boa complexidade, com groselha, framboesa, morango, cedro, especiarias, café, baunilha e cacau. Na boca mostra um bom corpo, com taninos bem integrados,  sedosos e adocicados, boa acidez. Longo final com chocolate e café. Avaliação: 90/100 Pontos. Preço: R$ 107,50.

A De Martino, vinícola fundada em 1934, hoje na quarta geração, tem vinhedos por todo Chile, já que busca o lugar mais apropriado para cada variedade. Ao longo dos anos foram explorados mais de 347 vinhedos em todo o Chile, cobrindo grande parte do país, de norte a sul e as montanhas a costa. Tem vinhedos de Cabernet Sauvignon em Cachapoal , de Chardonnay  no vale de Limari, Cinsault e Moscatel no vale de Itata e Syrah em Choapa. E são deles os mais altos vinhedos chilenos, em Elqui, de onde vem Syrah e Petit Verdot. Em 2011 a De Martino, tendo à frente o enólogo Marcelo Retamal, começou a acabar com a padronização (colheita tardia para obter uvas muito maduras, açucaradas, muita madeira, muita levedura), em que os vinhos não têm identidade e todos se parecem. A mudança: nada de ácido tartárico (para dar acidez às uvas ultra maduras), nada de leveduras adquiridas em mercado, nada de barricas novas para os tintos,  leveduras nativas e foudres para os vinhos tops. A De Martino faz hoje vinhos de Novo Mundo no estilo Velho Mundo: vinho mais suave, magro, elegante, fino, fresco e gastronômico. Uma vinícola sutil, na palavra do crítico britânico Hugh Johnson em seu Pocket Wine Book 2013. Eleita a melhor vinícola do Chile, em 2011.

De Martino Syrah Reserva 347 Vineyards 2014 – elaborado com 100% Syrah,   com amadurecimento de 10 meses em barricas velhas de carvalho francês e cubas de inox. Teor Al coólico de 13,5%. A coloração é de um púrpura brilhante com halo violáceo. Os aromas mostram amora, cassis, especiarias picante e toques minerais. Na boca apresenta um bom corpo, com taninos finos, acidez pontual, repetindo o frutado do olfato. Bom final, com o toque mineral se mostrando. Avaliação: 90/100 Pontos. Preço: R$ 58,00.

O grupo Aráldica é um dos mais importantes no cultivo, produção e distribuição de vinho no Piemonte.A Cooperativa Aráldica  tem cerca de 200 membros, que cultivam mais de 900 hectares de vinhedos. Junto com variedades tradicionais e nativas, como Barbera, Dolcetto, Nebbiolo, Cortese, Moscato e Arneis, também crescem a Brachetto menos comum e Freisa ao lado das mais cosmopolitas como Merlot, Cabernet e Chardonnay. Os vinhedos estão localizados em zonas de maior importância do Langhe, Monferrato, Roero e Gavi. A adega original foi fundada em 1954, com o nome de Cantina Sociale di Castel Boglione, eo vinho era armazenado em tanques de concreto. Nos anos 60 e 70, os tanques de concreto foram substituídos por tanques de aço e de carvalho e mudou seu nome para  Ancient County Castelvero , devido ao deslocamento da adega na mesma área de residência dos Condes de Castelvero. Hoje todas as uvas que são utilizados na produção de vinhos Heráldica são  processadas em Castelvero.

Araldica Alasia Dolcetto D’Asti 2014 – elaborado com 100% de Dolcetto, passagem de 5 meses em cubas de inox. Teor Alcóolico de 12,5%. A coloração é de um intenso e brilhante rubi, com média transparência e halo violáceo. Os aromas mostram frutas negras maduras (amora, groselha e cereja), sobre notas especiadas de alcaçuz. Na boca apresenta corpo leve, taninos macios  e grande adstringência. O final é até longo, com frutado e uma pontinha de amargor.  Avaliação: 89/100 Pontos. Preço: R$ 67,40.

A Azienda Agricola Castello di Magione está localizado no Castelo dos Cavaleiros de Malta e é o resultado de modificações ao longo dos anos. Um exemplo é a adega, construída dentro das antigas instalações do castelo.   A fazenda tem o nome do Castelo de Magione, que remonta aos anos 1150-1170 e foi construído como um refúgio para peregrinos que viajam para Roma ou Jerusalém e viajam pela vizinha Francigena. Hoje é uma das residências do Príncipe dos Cavaleiro de Malta, que geralmente atravessa setembro, e a sede administrativa da propriedade agrícola da Ordem na Umbria. As vinhas se estendem a uma altitude entre 250 e 350 metros acima do nível do mar nas colinas perto do Lago Trasimeno. As vinhas que foram renovadas recentemente, destinam-se a 55 por cento de uvas tintas, Pinot Noir, Merlot, Gamay, Cabernet, Sauvignon, Sangiovese e Canaiolo, e 45 por cento uvas brancas, predominantemente Grechetto, com Chardonnay, Sauvignon Blanc e Trebbiano. Muitos dos rótulos de vinhos tomam o nome dos topos dos vários territórios, como Carpaneto, Monterone e Albaneta. As vinhas são agora colocadas dentro do DOC Colli del Trasimeno e as plantas estão localizadas em áreas não muito distantes do castelo. O agrônomo da empresa é Fabrizio Leoni.

Castello di Magione Novecento 1113 2013 – elaborado com 50% Sangiovese Grosso e 50% Merlot, com amadurecimento de 10 meses em barricas de carvalho francês (1/3 novas, 1/3 de 2ª e 1/3 de 3ª passagens). Teor Alcoólico de 14,5%. A coloração é de um rubi intenso e brilhante. Os aromas mostram frutas negras, especiarias finas e toques balsâmicos. Na boca apresenta um bom corpo, com taninos firmes, acidez equilibrada, repetindo o frutado do olfato. Longo final com o toque balsâmico se mostrando. Avaliação: 90/100 Pontos. Preço: R$ 118,95.  Observação: vinho da safra 2008, que foi lançada no mercado em 2013 para celebrar o noningentésimo aniversário da Bula Papal concedida à Ordem de Malta pelo Papa Pasquale II, em 15 de fevereiro de 1113, reconhecendo a Ordem e colocando-a sob a proteção da Santa Sé.

Perbacco - Orvaldir Castro

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