Os portugueses do sábado na Bekaa (09/09/17)

09 de Setembro de 2017    Leonardo    Vinhos

img

Vinhos de Portugal marcaram a degustação deste sábado na Bekaa. Sob o comando da Isabela,  foram degustados vinhos oferecidos a preços especiais aos participantes, como tradicionalmente a Bekaa faz nas degustações do sábado. Vamos aos vinhos.

Anselmo Mendes é um dos mais destacados vinicultores da região de Vinho Verde no Norte de Portugal. Ele nasceu na sub-região de Monção, famosa por seus Alvarinhos. Antes de começar sua própria produção, trabalhou para a Egrégia CVRVV e também prestou serviços à Borges, onde ainda dá consultoria. Foi com a casta Alvarinho em Monção e Melgaço, que Anselmo Mendes começou a produzir, em 1998. A adega, na zona do Vale do Minho, é um espaço de experimentação e investigação, a partir de onde a paixão de Anselmo Mendes pelo vinho e pela região ganha forma e gosto. É um lugar de reinvenção, para fazer de cada vinho uma expressão da terra elevada à sua forma mais sublime, um traço cultural, um rasgo de carácter. Dos Vinhos Verdes ao Alentejo, descendo pelo Douro e pelo Dão, com “saltos” aos Açores, Brasil e Argentina, Anselmo Mendes tem feito o seu percurso como enólogo cultivando uma paixão em cada região, conhecendo a expressão de cada terra e procurando enaltecer o seu melhor em cada vinho. Hoje, como consultor, conta com vários projetos de sucesso do norte a sul de Portugal e no estrangeiro. É “O produtor mais inovador no Alvarinho”, segundo José Penin, o maior crítico espanhol de vinhos

Muros Antigos Alvarinho 2016 – elaborado com 100% Alvarinho, de vinhas de Monção e Melgaço, de baixa altitude. Fermentação e estágio de 6 meses em barricas de carvalho, sobre borras totais. Teor Alcoólico de 12,5%. A coloração é de um amarelo palha, com reflexo esverdeado, límpido e brilhante. Os aromas mostram  muita complexidade, com florais, cítricos e minerais se entrelaçando. Na boca apresenta untuosidade, repetindo as sensações complexas do olfato, e mostrando um toque de amargor, típico da casta. Longo final cítrico com o toque de amargor se mostrando. Avaliação: 90/100 Pontos. Preço: 186,00.

Jorge Böhm instalou-se no Alentejo em 1984. Realizou estudos das castas portuguesas em colaboração com a Universidade de Évora. A adega foi criada em 1997, quando Dorina Lindemann, filha de Jorge Böhm, enóloga licenciada pela Universidade de Geisenheim (Hessen), veio da Alemanha para Portugal com o marido e, aproveitando as vinhas já existentes ligadas ao programa de melhoramento técnico de seu pai, se dedicou à produção de vinho. Consequentemente, deu-se a expansão da adega de acordo com o crescimento dos viveiros do pai. Hoje em dia, Dorina e as duas filhas, Luísa e Júlia Lindemann, são umas apaixonadas pelo vinho das castas autóctones Portuguesas e pelo Alentejo. Após o falecimento do marido, Dorina procurou sociedade comercial com alguém de enorme competência e confiança. Nasceu, então, uma parceria com Karl Heinz Stock, um prestigiado empresário seu compatriota

Marquês de Montemor Rosé 2015 - elaborado com Alfrocheiro e Aragonez. Teor Alcoólico de 12%. A coloração é de um salmão, com ótimo brilho. Os aromas apresentam frutas frescas (framboesa, morango, ameixa clara) muito intensas. Na boca mostra-se leve, suave, com acidez equilibrada e o frutado se repetindo. A fruta se mantém no final. Avaliação: 87/100 Pontos. Preço: R$60,00

Dorina Lindemann Limited Edition 2013 – foi elaborado com as castas Touriga Nacional e Alicante Bouschet, com passagem de 12 meses em carvalho francês. A coloração é de um púrpura  intenso e brilhante. Os aromas mostram frutas vermelhas, chocolate, leve especiarias e toque floral. Na boca apresenta-se com bom corpo, taninos equilibrados, toque de acidez e um floral que se mantém no longo final. Avaliação:  91/100 Pontos. Preço: R$190,00.

Quinta de Foz de Arouce situa-se no Conselho da Lousã, na região das Beiras. Está rodeada pelos contrafortes das Serras da Lousã e Penela e é banhada pelos rios Arouce e o Ceira onde o primeiro desagua. Os antigos documentos existentes na casa referem as propriedades como pertencentes da família desde o Sec. XVIII, sendo que algumas dependências são mais antigas, pois a primitiva casa foi por duas vezes consumida pelo fogo. A capela contígua à casa foi fundada  pelo Papa Benedito XIII em 24-08-1724. A cultura da vinha conhece-se neste local desde as ocupações Visigodas da Península, como atestam várias lendas que dizem ter o Rei Arunce guardado vinho, entre outros preciosos bens, no seu castelo da Lousã. Dos 60 hectares que hoje compõem a quinta, 15 são de vinha. Os atuais proprietários, os Senhores Condes de Foz de Arouce, procuram manter o espírito hospitaleiro e desprendido com que recebem em sua casa e que caracteriza a verdadeira nobreza lusitana. A produção de vinho é como que a continuação desse espírito que se reflete na sua filosofia comercial: “Com bom vinho fazem-se sempre bons e verdadeiros amigos”.

Quinta de Foz de Arouce 2013 – elaborado com 80% Baga e 20% Touriga Nacional, com amadurecimento de 6 meses em meias barricas de carvalho francês e português, novas e de 2° uso. Teor Alcoólico de 13,5%. A coloração é de um rubi intenso, com halos mais claros, e límpido. Os aromas mostram frutos negros, leve floral, especiarias e algo balsâmico. Na boca apresenta um corpo médio, com taninos suaves, bem integrados ao frutado, acidez pontual e leve adstringência. Bom final frutado, com o toque floral se mostrando. Avaliação: 91/100 Pontos. Preço: R$260,00.

Em 1990, João Portugal Ramos plantou os primeiros cinco hectares de vinha em Estremoz, onde vive desde 1988, dando início ao seu projeto pessoal.  A primeira vindima realizou-se em 1992 e nos anos que se seguiram o vinho foi elaborado em instalações arrendadas, sendo 1997 o primeiro ano em que foi vinificado nas novas instalações. Em 2004 nasce a Falua, onde se produz o Conde Vimioso,  tendo como objetivo prioritário engrandecer os vinhos da região Tejo e torná-los mais conhecidos no mundo com uma adega em Almeirim, equipada do mais sofisticado e moderno equipamento

Conde de Vimioso 2015  - elaborado com as castas Touriga Nacional, Aragonês, Syrah e Cabernet Sauvignon, com passagem de 6 meses em meias pipas de carvalho francês. Teor Alcoólico de 13,5%. A coloração é de um rubi intenso, com halo violáceo e muito brilho. Os aromas mostram complexidade, com frutado expressivo e bem delineado, balsâmico (mentol) e chocolate. Na boca as sensações frutadas do olfato se repetem, num bom corpo, com taninos e acidez equilibrados. Longo final com muita fruta e chocolate. Avaliação: 88/100 Pontos. Preço: R$ 72,00.

A José Maria da Fonseca (JMF) tem mais de 180 anos. Com 650 hectares de vinhas, distribuídos entre a Península de Setúbal, Alentejo e o Douro, e um moderno centro de vinificação com uma capacidade de 6,5 milhões de litros, a JMF é uma das empresas de referência em Portugal. A José Maria da Fonseca exerce a atividade vinícola desde 1834, fruto da paixão partilhada de uma família que tem sabido preservar e projetar a memória e o prestígio do seu fundador. Exemplo disso mesmo é a Adega José de Sousa Rosado Fernandes, em Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, onde a tradição romana de elaborar em potes de barro se mantém ao lado da moderna tecnologia.

José Maria da Fonseca José de Sousa 2015 – elaborado com 48% Grand Noir, 32% Trincadeira e 20% Aragonês, de vinhedos em Reguengos de Monsaraz, Évora, Alentejo. Parte dos sólidos e do mosto são transferidos para talhas de barro e o restante para lagares de maior dimensão. Amadurecimento de 9 meses em barricas francesas  e americanas. Teor Alcoólico de 14%. A coloração é de um rubi intenso, com muito brilho. Os aromas mostram frutas negras, especiarias, baunilha e leve toque de tabaco. Na  boca apresenta um bom corpo, repetindo as sensações do olfato, com taninos suaves e acidez pontual bem integrada. Bom final onde a baunilha se mostra. Avaliação: 89/100 Pontos. Preço: R$ R$ 96,00.

Desde o surgimento do Vintage Port como um grande vinho clássico na primeira metade do século 19, a Fonseca foi um dos seus produtores mais admirados e consistentes. O lançamento do lendário 1840, o primeiro Porto Vintage vendido sob o nome Fonseca, marcou o início de um fluxo constante de magníficas safras que continuam até hoje. Incluiu ícones como Fonseca 1868 e extraordinários 1927, 1948, 1977 e 1994, os quatro vinhos de 100 pontos. Quatro famílias moldaram o destino da empresa desde sua fundação em 1815. A história começa com os Fonsecas e Monteiros, os fundadores originais do negócio. Em seguida, veio a família Guimaraens que liderou a empresa há mais de um século e estabeleceu sua reputação como uma casa do Porto Vintage do primeiro crescimento. E, finalmente, os Yeatmans e seus descendentes que dirigiram a empresa com sucesso durante a segunda metade do século 20 e para o novo milênio.

Fonseca 20 Year Old Tawny Port – a coloração é de um  âmbar profundo. Teor Alcoólico de 20%. Os aromas mostram frutas maduras, toffee, chocolate,  toques picantes de canela e caramelo, mel e nuances sutis de carvalho. Na boca apresenta textura sedosa e sabor concentrado, com  as sensações do olfato se repetindo   e um longo final de frutas brancas, laranjas e amêndoas. Avaliação: 93/100 Pontos. Preço: R$ R$ 469,00.

Perbacco - Osvaldir Castro

http://perbaco.com.br/

Matéria específica:

http://perbaco.com.br/os-portugueses-do-sabado-na-bekaa-4/